Araribóia
No atual estado do Rio de Janeiro, há a Ilha do Governador,
situada na Baía de Guanabara. No século XVI, vivia na ilha um grupo tupi da
tribo Temiminó chefiada por Araribóia.
A tribo vivia às margens da Baía de Guanabara, e ali conseguiam e defender dos ataques das tribos inimigas, entre elas a tribo dos Tamoios. A tribo dos Tamoios era mais populosa , possuía mais de 70 mil índios em toda a Baía de Guanabara e na atual Bertioga, São Paulo.
Enquanto que a tribo de Arariboia (Temiminó) só possuía 8 mil indígenas. Naquele tempo, a Ilha do Governador era referida pelos índios como ilha de Paranapuã. A tribo dos Tamoios era liderada por Cunhambebe, e se aliaram aos franceses que pretendia fundar a França-Antártida.
A tribo dos Cunhambebe, em 1555, ajudou os franceses a dominar os portugueses e os temiminó e toda a Capitania do Rio de Janeiro.
Os temiminó se exilaram em terras capixabas, muitos relatos atestam a liderança de Arariboia na tribo antes da invasão francesa, afirmando a liderança de Araribóia na tribo seria assumida no Espírito Santo, a partir de 1562.
Araribóia se aliou aos portugueses como forma de adquirir proteção e liberdade a sua tribo, os Temiminó estariam livres da escravidão e do extermínio colonial. Na costa capixaba, os Temiminó ajudaram os portugueses contra outras tribos inimigas e piratas que tentavam saquear o território da colônia.
Em 1564, Araribóia se aliou Estácio de Sá a lutar contra os franceses que haviam invadido o Rio de Janeiro. Embarcou com sua tribo rumo ao Rio com o propósito de se estabelecer contra os Tamoios, segundo relatos do padre José de Anchieta.
Fernando Rebouças
FONTE: http://www.revistadehistoria.com.br/v2/home/?go=detalhe&id=1967
“Acompanhava a frota um índio, de nome Arary-boia – que ficou registrado na história do tempo como Martim Afonso Araribóia – e que era amigo dos portugueses desde a época em que a terra de Piratininga fora desbravada. Agora, fizera companhia a Estácio para o ajudar a estabelecer-se na terra dos Tamoios”.
Depois de várias lutas, em 1565, os portugueses e a tribo Temiminó expulsaram os franceses do Rio de Janeiro e venceram a tribo dos tamoios. Em 1568, Araribóia recebeu o direito a escolher uma porção de terras situadas no outro lado da Baía de Guanabara para estabelecer sua nova tribo. Recebendo em sesmaria, Araribóia fundou a aldeia de São Lourenço, que viria a ser o embrião da atual cidade de Niterói, estado do Rio, criada em 1573.
Niterói, no idioma indígena, significa “águas escondidas” . Araribóia foi batizado com o nome cristão de Martim Afonso de Sousa, recebeu o Hábito de Cavaleiro da Ordem de Cristo e foi beneficiado com uma pensão de 12 mil reis. Tornou-se capitão-mor da aldeia de São Lourenço.
Antes de falecer, Araribóia teve esposas e filhos, e seu cargo de capitão-mor foi herdado pelos seus descendentes. No século XIX, as aldeias indígenas de Niterói foram extintas e os índios incluídos na cidade como cidadãos.
FONTE: http://cafehistoria.ning.com/profiles/blogs/martim-afonso-arariboiacobra