Gilberto Freyre escreve em Casa-Grande e Senzala, que antes de se misturar com a mulher brasileira, o português, devido ás antigas invasões na península, estava preparado e “incentivado” a acasalar com outras raças.
‘O longo contato com os sarracenos deixara idealizada entre os portugueses a figura da “moura encantada”, tipo delicioso de mulher morena e de olhos pretos, envolta em um misticismo sexual – sempre de encarnado, sempre penteando os cabelos ou banhando-se nos rios ou na águas das fontes mal-assombradas – que os colonizadores vieram encontrar parecido, quase igual, entre a índias nuas e de cabelos soltos do Brasil. Que esta tinham também os olhos e os cabelos pretos, o corpo pardo pintado de vermelho, e, tanto quanto a nereidas mouriscas, eram doidas por um banho de rio onde se refrescasse sua ardente nudez e por um pente para pentear o cabelo. Além do que, eram gordas como a mouras. Apenas menos ariscas: por qualquer bugiganga ou caco de espelho estavam se entregando, de pernas abertas, aos “caraíbas” gulosos de mulher”.
Fonte: Casa-Grande e Senzala – Gilberto Freyre, edição 1954.
Imagens: Iracema – Esmeralda – Vasco de Gama.
Pesquisa O Guia Legal – 2011.
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