Isso é o que importa
Primeiro veio a violência, depois o caos aéreo, aí o dólar despencou e o mosquito da dengue se proliferou. Fica aquele debate sem fim para descobrir quem é o maior vilão, quem causa mais estragos. Não nos damos conta do “moto contínuo” que nos cerca, da “bola de neve” que nos envolve.
Quando a Varig quebrou já tínhamos perdido a Transbrasil e a Vasp. Se somarmos a quantidade de assentos diários que sumiram da noite para o dia, começaremos a nos dar conta da quantidade de pessoas que, mesmo que queiram, não virão ao Brasil.
Quando o dólar chegou perto dos quatro reais, sentíamo-nos a beira do caos. Não podíamos imaginar, com que rapidez, chegaria ao lado oposto, nem como são tão ruins ambos extremos.
Quem lida com exportação no Brasil, viu o país começar a bater recordes em todas as áreas e, de repente, ver as condições básicas favoráveis desaparecerem como num passe de mágica. Dificuldades, obstáculos e desafios foram colocados num mercado que não se rende.
E para quem trabalha com turismo, como essa conjuntura afeta os negócios?
Para começar é preciso que as pessoas, os políticos e o mercado financeiro brasileiro atentem para um detalhe muito importante. No turismo, diferente das outras áreas, o produto exportado não é enviado para fora do país, ele vem pra cá. Pois é, o turista brasileiro que viaja para o mundo gasta lá fora, já o turista internacional que vem ao Brasil é aquele que faz com que divisas entrem no país. Portanto é fácil perceber o quanto estamos perdendo durante todos esses anos, sem que nenhum investimento sério seja feito para que possamos crescer e competir com os principais destinos mundiais.
Se por um lado a infra-estrutura e os serviços turísticos no Brasil evoluíram muito, não é de estranhar que pelo mundo a fora eles já eram melhores e também cresceram e se aprimoraram. Dessa forma continuamos defasados. Por outro lado a verba destinada a promoção e marketing do destino Brasil, ainda é medíocre se comparada a destinos com muito menos apelo e diversidade. Numa eleição municipal o programa de governo de cidades como Rio de Janeiro, Búzios e Parati, para citar apenas três importantes destinos no estado, deveria se basear no programa de governo da sua secretaria de turismo. Uma cidade boa para se morar, certamente será boa para se visitar, e vice e versa.
O ideal de todos é uma cidade limpa e organizada. Uma cidade bonita e sinalizada.
Para que isso seja real teremos obrigatoriamente o envolvimento das secretarias de obras, de transportes e urbanismo. Melhor seria uma cidade segura e saudável, envolvendo as secretarias de segurança e saúde. Como conseqüência natural as secretarias de trabalho, administração, cultura, educação, esporte e lazer, fazenda, governo, meio ambiente, comunicação, etc., estariam se envolvendo num projeto voltado para um empreendimento onde o sucesso é garantido.
Pensar o turismo no Rio de Janeiro de forma global e levar adiante os projetos sérios que transformam essa cidade e esse estado como lugares privilegiados para se viver é pensar grande. Quando isso acontecer é sinal de que muitos possíveis delinqüentes estarão trabalhando no “trade”, é sinal de que a concorrência no setor aéreo vai ser tão grande, que os preços cairão. Mosquito vai continuar existindo, mas a conseqüência de uma picada será apenas aquela coceira incomoda. E o dólar, bem o dólar continuará sendo um tema controverso. Se o câmbio sobe muito, é sinal de que a economia vai mal, logo estamos todos mal. Se o câmbio cai demais, o mercado para. Mas se o destino é caro que seja de boa qualidade pelo menos.
Sem paternalismo, mas sem ufanismo também, o futuro ainda está em nossas mãos. Eleições se aproximam e essa é uma chance de ouro. Quem? Quem fala por mim? Quem faz por mim? Por enquanto eu mesmo! Trabalhando.
E só. Isso é o que importa!
Arnaldo Bichucher – 23 Junho 2008.
quinta-feira, 26 de junho de 2008
domingo, 8 de junho de 2008
COLUNA do ARNALDO - 5 junho 2008
A INVEJA É UMA…!
O carioca tem uma rixa cultural e bem humorada com três personagens do nosso dia a dia, os argentinos, os paulistas e as sogras. Só que atualmente sofremos com a inveja que nos invade, ao visitarmos nossos vizinhos paulistanos ou nossos irmãos “porteños”.
O carioca tem uma rixa cultural e bem humorada com três personagens do nosso dia a dia, os argentinos, os paulistas e as sogras. Só que atualmente sofremos com a inveja que nos invade, ao visitarmos nossos vizinhos paulistanos ou nossos irmãos “porteños”.
Ao pousar no aeroporto de Buenos Aires (Ezeiza) ou em São Paulo (Guarulhos) e seguir em direção ao centro no intuito de hospedar-se, em ambas as cidades encontraremos sinalização de boa qualidade, pistas com asfalto em boas condições e, principalmente, uma variedade de meios de hospedagem que atende a todos os tipos de visitantes.
Falam de certo grau de exagero, mas não levam em consideração o estado de conservação da pista de chegada e/ou saída do aeroporto internacional do Rio de Janeiro. Uma colcha de retalhos produzida pelas ínúmeras vezes que a operação “tapa buraco” aconteceu ali, produzindo apenas desníveis desconfortáveis para qualquer veículo ou passageiro, mas nunca reformando por completo a primeira e a última impressão que um turista leva da nossa cidade. Isso sem falar do lixo que se acumula diariamente na baía de Guanabara, do lado direito da pista de quem chega ao aeroporto. Aos buracos e à sinalização da Linha Vermelha não darei tanta atenção agora, por falta de espaço e, talvez, por falta de paciência.
Criticam um aparente pessimismo, esquecendo-se do tempo que se encontra fechado o ex Meridien, atual Iberostar. O setor da hotelaria que me desculpe, mas a verdade é que hoje em dia penamos para encontrar reais boas opções para atender grupos de incentivos estrangeiros, já que na disputa desse mercado as cidades que concorrem conosco apresentam um leque muito mais qualificado. Falta de investimento?
Exceto as churrascarias rodízio, quais as outras opções de restaurante para um grupo com mais de 150 pessoas? Opções que consigam combinar bom ambiente, boa comida e bom atendimento.
São Paulo e Buenos Aires hoje são duas cidades que não tem o mesmo apelo turístico que o Rio de Janeiro tem, mas que estão trabalhando duro para mostrarem-se bela, limpa, organizada e agradável. Em outras épocas vimos o “trade” se reunir num só pensamento e numa só atitude, buscando revitalizar a auto-estima do carioca e com isso fazendo nossa cidade brilhar no cenário turístico mundial. Guardamos ainda um resquício da época em éramos capital federal, esquecendo-nos de pensar de forma um pouco mais provinciana, e cuidar da nossa casa, do nosso jardim, da nossa família, tansformando-nos cada vez mais num bom motivo para ser visitado e conhecido.
Ao argentino e ao paulista deixou aqui os meus sinceros votos de parabéns, pelo momento em que se encontram suas principais cidades, Buenos Aires e São Paulo Quanto à sogra… bem, quanto à sogra tudo o que for dito pode ser usado contra nós.
COLUNA DO ARNALDO - 2º MATÉRIA - 5 DE JUNHO DE 2008
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