Páginas

terça-feira, 2 de setembro de 2008

COLUNA DO ARNALDO, 20 de Agosto2008

PROIBIDO ESTACIONAR(Duplo sentido)
Há algum tempo atrás, para ser mais exato 11 (onze) anos, durante o governo do Prefeito Luiz Paulo Conde liderado pela Riotur, foi realizado no Rio de Janeiro o então chamado “Plano Maravilha”.

Representantes de todas as áreas profissionais, representantes de todas as camadas sociais, pessoas, cariocas e até alguns estrangeiros, participaram de um amplo debate sobre como deveríamos pensar a cidade maravilhosa, preparando ela para aqueles que vivem e visitam.

Um dos pontos levantados foi a questão da sinalização turística. Sinalização que indica caminhos a serem percorridos pelo turista que visita nossos atrativos turísticos, assim como sinalização que oriente a ordenação da cidade.

Um problema fundamental de uma cidade como o Rio de Janeiro é a falta de espaço para estacionamento, embarque e desembarque de ônibus, micro-ônibus e vans de turismo. Problema que parecia resolvido na implementação do Plano Maravilha, já que áreas estratégicas foram demarcadas e sinalizadas para tal finalidade.

Doce ilusão. Depois de idas e vindas, o aeroporto internacional não consegue manter livres as vagas para veículos de turismo nos dois terminais, além de ter apenas área de apoio junto ao terminal 1. Mas o aeroporto já virou um tema muito maior, um assunto que se espera (de novo) venha a ser resolvido com as obras que estão previstas para acontecer num futuro próximo, mesmo que a Infraero exponha cartazes dizendo que as obras já começaram. Ao lado da estação do Trem do Corcovado, as baias de estacionamento foram transformadas em praça, que nenhum morador utiliza. Os veículos de turismo foram orientados a estacionar aonde puder, mas como não pode em lugar nenhum...

Em Copacabana a única área que comporta um estoque de veículos de turismo é o Leme, onde sempre se enfrenta problemas, inclusive agora com roubos e furtos.

Restava a Urca, ali em frente a UFRJ, onde vários ônibus, micros e vans utilizavam para esperar passageiros em visita ao Pão de Açúcar. Área que havia sido demarcada e sinalizada para tal finalidade, agora vai virar Vaga Certa. Certa ou errada? Em plena Praia Vermelha, foi reservada uma área de estacionamento para 5 (cinco) vans de turismo. O que já era pouco ficou menor ainda, pois apesar da sinalização é comum encontrar apenas carros de passeio estacionados no local.

Descaso, abandono e desrespeito. Essa é a situação da cidade. A cidade do Plano Maravilha. Nem plano, nem maravilha. De repente é melhor ficar sem turista também. Assim ninguém se estressa, ninguém se aborrece.

Fica apenas a sugestão de um “trade” que trabalha de forma heróica. Não basta a criação de áreas onde os veículos de turismo possam estacionar para esperar seus passageiros embarcarem e desembarcarem. Copacabana, Centro, Urca, Cosme Velho e Aeroporto são pontos chaves. Mas além de demarcar temos de fiscalizar, um agente da Guarda Municipal tem que estar sempre por ali, garantido o espaço e a segurança de todos. Mas isso não dá voto...

Arnaldo Bichucher – 28-Agosto-2008.

quinta-feira, 26 de junho de 2008

COLUNA do ARNALDO - 23 Junho 2008

Isso é o que importa
Primeiro veio a violência, depois o caos aéreo, aí o dólar despencou e o mosquito da dengue se proliferou. Fica aquele debate sem fim para descobrir quem é o maior vilão, quem causa mais estragos. Não nos damos conta do “moto contínuo” que nos cerca, da “bola de neve” que nos envolve.

Quando a Varig quebrou já tínhamos perdido a Transbrasil e a Vasp. Se somarmos a quantidade de assentos diários que sumiram da noite para o dia, começaremos a nos dar conta da quantidade de pessoas que, mesmo que queiram, não virão ao Brasil.

Quando o dólar chegou perto dos quatro reais, sentíamo-nos a beira do caos. Não podíamos imaginar, com que rapidez, chegaria ao lado oposto, nem como são tão ruins ambos extremos.

Quem lida com exportação no Brasil, viu o país começar a bater recordes em todas as áreas e, de repente, ver as condições básicas favoráveis desaparecerem como num passe de mágica. Dificuldades, obstáculos e desafios foram colocados num mercado que não se rende.

E para quem trabalha com turismo, como essa conjuntura afeta os negócios?

Para começar é preciso que as pessoas, os políticos e o mercado financeiro brasileiro atentem para um detalhe muito importante. No turismo, diferente das outras áreas, o produto exportado não é enviado para fora do país, ele vem pra cá. Pois é, o turista brasileiro que viaja para o mundo gasta lá fora, já o turista internacional que vem ao Brasil é aquele que faz com que divisas entrem no país. Portanto é fácil perceber o quanto estamos perdendo durante todos esses anos, sem que nenhum investimento sério seja feito para que possamos crescer e competir com os principais destinos mundiais.

Se por um lado a infra-estrutura e os serviços turísticos no Brasil evoluíram muito, não é de estranhar que pelo mundo a fora eles já eram melhores e também cresceram e se aprimoraram. Dessa forma continuamos defasados. Por outro lado a verba destinada a promoção e marketing do destino Brasil, ainda é medíocre se comparada a destinos com muito menos apelo e diversidade. Numa eleição municipal o programa de governo de cidades como Rio de Janeiro, Búzios e Parati, para citar apenas três importantes destinos no estado, deveria se basear no programa de governo da sua secretaria de turismo. Uma cidade boa para se morar, certamente será boa para se visitar, e vice e versa.

O ideal de todos é uma cidade limpa e organizada. Uma cidade bonita e sinalizada.

Para que isso seja real teremos obrigatoriamente o envolvimento das secretarias de obras, de transportes e urbanismo. Melhor seria uma cidade segura e saudável, envolvendo as secretarias de segurança e saúde. Como conseqüência natural as secretarias de trabalho, administração, cultura, educação, esporte e lazer, fazenda, governo, meio ambiente, comunicação, etc., estariam se envolvendo num projeto voltado para um empreendimento onde o sucesso é garantido.

Pensar o turismo no Rio de Janeiro de forma global e levar adiante os projetos sérios que transformam essa cidade e esse estado como lugares privilegiados para se viver é pensar grande. Quando isso acontecer é sinal de que muitos possíveis delinqüentes estarão trabalhando no “trade”, é sinal de que a concorrência no setor aéreo vai ser tão grande, que os preços cairão. Mosquito vai continuar existindo, mas a conseqüência de uma picada será apenas aquela coceira incomoda. E o dólar, bem o dólar continuará sendo um tema controverso. Se o câmbio sobe muito, é sinal de que a economia vai mal, logo estamos todos mal. Se o câmbio cai demais, o mercado para. Mas se o destino é caro que seja de boa qualidade pelo menos.

Sem paternalismo, mas sem ufanismo também, o futuro ainda está em nossas mãos. Eleições se aproximam e essa é uma chance de ouro. Quem? Quem fala por mim? Quem faz por mim? Por enquanto eu mesmo! Trabalhando.

E só. Isso é o que importa!

Arnaldo Bichucher – 23 Junho 2008.

domingo, 8 de junho de 2008

COLUNA do ARNALDO - 5 junho 2008

A INVEJA É UMA…!
O carioca tem uma rixa cultural e bem humorada com três personagens do nosso dia a dia, os argentinos, os paulistas e as sogras. Só que atualmente sofremos com a inveja que nos invade, ao visitarmos nossos vizinhos paulistanos ou nossos irmãos “porteños”.
Ao pousar no aeroporto de Buenos Aires (Ezeiza) ou em São Paulo (Guarulhos) e seguir em direção ao centro no intuito de hospedar-se, em ambas as cidades encontraremos sinalização de boa qualidade, pistas com asfalto em boas condições e, principalmente, uma variedade de meios de hospedagem que atende a todos os tipos de visitantes.

Falam de certo grau de exagero, mas não levam em consideração o estado de conservação da pista de chegada e/ou saída do aeroporto internacional do Rio de Janeiro. Uma colcha de retalhos produzida pelas ínúmeras vezes que a operação “tapa buraco” aconteceu ali, produzindo apenas desníveis desconfortáveis para qualquer veículo ou passageiro, mas nunca reformando por completo a primeira e a última impressão que um turista leva da nossa cidade. Isso sem falar do lixo que se acumula diariamente na baía de Guanabara, do lado direito da pista de quem chega ao aeroporto. Aos buracos e à sinalização da Linha Vermelha não darei tanta atenção agora, por falta de espaço e, talvez, por falta de paciência.


Criticam um aparente pessimismo, esquecendo-se do tempo que se encontra fechado o ex Meridien, atual Iberostar. O setor da hotelaria que me desculpe, mas a verdade é que hoje em dia penamos para encontrar reais boas opções para atender grupos de incentivos estrangeiros, já que na disputa desse mercado as cidades que concorrem conosco apresentam um leque muito mais qualificado. Falta de investimento?


Exceto as churrascarias rodízio, quais as outras opções de restaurante para um grupo com mais de 150 pessoas? Opções que consigam combinar bom ambiente, boa comida e bom atendimento.

São Paulo e Buenos Aires hoje são duas cidades que não tem o mesmo apelo turístico que o Rio de Janeiro tem, mas que estão trabalhando duro para mostrarem-se bela, limpa, organizada e agradável. Em outras épocas vimos o “trade” se reunir num só pensamento e numa só atitude, buscando revitalizar a auto-estima do carioca e com isso fazendo nossa cidade brilhar no cenário turístico mundial. Guardamos ainda um resquício da época em éramos capital federal, esquecendo-nos de pensar de forma um pouco mais provinciana, e cuidar da nossa casa, do nosso jardim, da nossa família, tansformando-nos cada vez mais num bom motivo para ser visitado e conhecido.
Ao argentino e ao paulista deixou aqui os meus sinceros votos de parabéns, pelo momento em que se encontram suas principais cidades, Buenos Aires e São Paulo Quanto à sogra… bem, quanto à sogra tudo o que for dito pode ser usado contra nós.


COLUNA DO ARNALDO - 2º MATÉRIA - 5 DE JUNHO DE 2008

quarta-feira, 21 de maio de 2008

COLUNA do ARNALDO - 15 maio 2008

MATARAM A GALINHA (15 maio 2008)

http://www.oguialegal.com/arnaldo-mataramgalinha.htm


Em meio a essa violência urbana descontrolada, ninguém perceber um crime tipicamente rural ocorrido em plena Cidade Maravilhosa. Mataram a galinha!.

Mas não era uma galinha qualquer, era a famosa “Galinha dos Ovos de Ouro”. Isso mesmo, aquela famosa fonte de renda de um grande número de Cariocas e Fluminenses, que dependiam da atividade mais promissora que existe no mundo, o Turismo. E não é que tanto fizeram que conseguiram acabar com o turismo no Rio de Janeiro.

Depois de uma temporada onde o movimento dos cruzeiros marítimos salvou a vida econômica de muita gente, pois no que dependesse do movimento de turistas tradicionais estaríamos perdidos, no mês de maio começamos a chamada “zero temporada”.

O Rio de Janeiro está desgovernado, ou seja, sem governo. Com o dólar desvalorizado, a violência cada vez maior, ruas que são só buraco, dengue matando em números recordes, além dos já tradicionais praias poluídas, falta de infra-estrutura, bandalhas abordando turistas nos aeroportos e atrativos turísticos, não é pessimismo imaginar que vamos de mal a pior.

Quantos guias estão procurando outra atividade para sobreviver? Quantos transportadores estão vendendo parte da sua frota para sobreviver? Quantos empregos diretos e indiretos estão se perdendo com tudo isso?

Mais uma vez vemos a cúpula do “trade” em eventos e reuniões, sempre muito bem humorados, com belos discursos e com previsões pra lá de otimistas, sem levar em consideração a realidade nua e crua que se apresenta para quem atua no campo de batalha, no “front”. Dizer que é do “trade” e ficar sentado dentro de uma sala com ar condicionado na frente de um computador, achando que tudo está dentro dos conformes é muito fácil. Difícil é estar com o turista na rua e ser assaltado junto com ele, não ter aonde estacionar um ônibus ou uma Van enquanto se visita um atrativo, não ter como explicar aquela sujeirada na baía de Guanabara quando o navio atraca, não ter como explicar os preços praticados por determinados serviços sabendo que não correspondem a qualidade esperada.

Durante muito tempo repetimos que o Rio tem uma vocação nata para o turismo. Beleza natural, povo hospitaleiro, etc. Mas se ficarmos dependendo disso vamos morrer na praia, nós e a galinha. Isso mesmo, a galinha dos ovos de ouro, nossa cidade, nosso produto, nosso ganha-pão. Matamos ela achando que ao invés das tripas encontraríamos ouro, esquecemos de um antigo e belo ditado que serviria como meta, objetivo e finalidade para todos os que atuam na área que diz: “Não se deve explorar o turista e sim o turismo.”

Mas se a galinha morreu, o que fazer?

Quem sobreviver verá!!!


Arnaldo Bichucher - "Coluna do Arnaldo" - http://www.oguialegal.com/