PORQUE O CORCOVADO TEM ESSE NOME?
O nome de Corcovado vem do formato curvo do morro, que lembra uma "corcunda" ou corcova. Seu cume, onde se destaca a estátua do Cristo Redentor, pode ser avistado desde muito longe tanto por navegantes vindos do mar aberto como do fundo da Baía da Guanabara, da baixada fluminense ou até da região serrana.
QUANDO E COMO SE FORMARAM AS ROCHAS DA ÁREA?
O Corcovado e as montanhas ao redor são formados principalmente por rochas muito duras e antigas, chamadas de gnaisses.
Os gnaisses do Rio de Janeiro se formaram há cerca de 570 milhões de anos atrás. Acontecia então a formação de um enorme continente, chamado Gondwana, formado pela lenta reunião de vários continentes daquela época. O continente Gondwana mais tarde se partiu nos atuais continentes da América do Sul, África, Austrália e Antártida (ver Figura 1).
De modo parecido com o que ocorre atualmente com a cordilheira dos Himalaias, onde a Índia está colidindo contra a Ásia a uma velocidade de cerca de 1 cm/ano, a colisão que formou o Gondwana produziu uma enorme cadeia de montanhas que se estendia desde o Espírito Santo, passando pelo Rio de Janeiro até o Paraná.
QUE TIPOS DE ROCHAS FORMAM O MORRO DO CORCOVADO?
Os gnaisses do Rio de Janeiro são rochas formadas em profundidades maiores que 20 km, sob pressões de pelo menos 7.000 vezes a pressão atmosférica e a temperaturas acima de 600 graus centígrados. Lentamente, ao longo de centenas de milhões de anos, a erosão, isto é, o desgaste e a remoção de materiais, e os movimentos verticais da crosta terrestre trabalharam juntos para trazer estas rochas para a superfície, permitindo a sua observação direta.
Em toda a área do Parque Nacional da Tijuca há três tipos principais de gnaisses. São chamados pelos geólogos de gnaisse kinzigítico, gnaisse facoidal e gnaisse leptinítico. Veja na ilustração no centro deste painel onde encontrar e como identificar estes diferentes tipos de rochas da área do Corcovado.
Por ser uma rocha dura, difícil de ser desgastada pela chuva, vento etc., o Gnaisse Facoidal destaca-se comoa parte mais alta do morro do Corcovado, assim como a maioria dos paredões rochosos da cidade do Rio de Janeiro. Este gnaisse foi, desde o século XVI, o preferido na construção de fortificações, monumentos e residências.
PORQUE O MORRO DO CORCOVADO TEM ESTA FORMA PROEMINENTE?
O grande naturalista Alberto Ribeiro Lamego sugeriu em 1936 que "As escarpas do Rio de Janeiro" resultaram da erosão ao longo de zonas fraturadas e trituradas dos gnaisses (que são planos de fraqueza da rocha), durante movimentações ocorridas desde há aproximadamente 130 milhões de anos. Esta foi a época em que o continente Gondwana se quebrou em vários continentes menores.
Esta separação iniciou-se com a abertura de um vale ao longo do contorno entre o Brasil e a África. Sedimentos ricos em matéria orgânica foram depositados em antigos lagos deste grande vale e se tornaram as principais rochas geradoras de petróleo e gás do nosso litoral. A contínua separação da África e América do Sul causou o progressivo alargamento do outrora estreito oceano até formar o vasto oceano Atlântico, que ainda hoje se expande à velocidade de alguns centímetros por ano.
Outros tipos de rocha que merecem destaque são as brechas, que são rochas formadas pela trituração dos gnaisses e granitos, quando um bloco de rocha se desloca em relação a um outro (formando falhas geológicas). A erosão ao longo das linhas de brechas da área do Corcovado formou as nascentes do Rio Carioca. Este curso d'água, muito ligado à identidade cultural do Rio de Janeiro, nasce no alto do Maciço do Corcovado e desemboca na Praia do Flamengo. Durante o século XIX este rio abasteceu com suas águas cristalinas a cidade do Rio de Janeiro, por meio deum complexo de canais e aquedutos, como os Arcos da Lapa. Para garantir que nunca faltasse água, o imperador D. Pedro II mandou executar em 1860 um pioneiro projeto de reflorestamento que transformou estas montanhas, outrora desmatadas pelo cultivo do café, na exuberante floresta tropical que vemos hoje no Parque Nacional da Tijuca.
Gnaisse leptinítico - rocha esbranquiçada com minúsculos
cristais vítreos e vermelhos do mineral denominado granada e
finas palhetas pretas do mineral Biotita.
Brechas - formadas pela trituração dos gnaisses e granitos ao longo de zonas de falhas. Tem coloração creme alareanjada e forma superficies irregulares muito apreciadas pelos alpinistas pois facilitam o apóio de mãos e pés.
Gnaisse Facoidal: a rocha mais representativa da Zona Sul do Rio de Janeiro, caracterizada por grandes cristais de feldespato (mineral rosado e amarelado) em forma de olhos.
Gnaisse Kinzigítico: rocha escura rica em biotita, mineral que se apresenta como placas pretas brilhantes. Tem cristais de granada rósea e veios brancos de quartzo e feldespato.
fonte:http://www.drm.rj.gov.br/item.asp?chave=152