FOTOS SERGIO COSTA, MARIANO SAINI E GERARDO MILLONE.
MATÉRIAS : AGÊNCIA BRASIL E O GLOBO
A VISITA É RÁPIDA, E FUNCIONA BEM PARA COMPLETAR UM TOUR.
GERARDO MILLONE – Julho 2010.
Inaugurado elevador do Cantagalo, em Ipanema.
Obra, que liga favela à estação do metrô do bairro, deverá beneficiar mais de dez mil pessoas
As Áreas de Lazer foram inauguradas junto com o novo elevador
O governador Sérgio Cabral e o prefeito Eduardo Paes inauguraram ontem o Elevador do Morro do Cantagalo, ligando a comunidade à estação Ipanema do metrô. Nas duas torres, de 64 e 26 metros de altura, há quatro elevadores panorâmicos com capacidade para transportar ao todo cem pessoas por viagem. Uma cabine blindada da PM foi instalada na Rua Teixeira de Melo para servir de extensão da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da comunidade.
A expectativa do governo é que os elevadores facilitem a locomoção de mais de dez mil moradores do Cantagalo e também do Pavão-Pavãozinho, além de se tornar mais um ponto turístico na região.
Também foi aberto ontem o acesso da Rua Teixeira de Melo à estação do metrô, que, mesmo pronto desde o ano passado, ainda estava fechado para a conclusão das obras das torres. No topo, foi construído o Mirante da Paz, que leva esse nome a pedido dos moradores do Cantagalo.
Também foram inauguradas ontem obras de melhorias na comunidade e na área em volta. Foram construídas quatro pracinhas com mesas para jogos e brinquedos para as crianças, além de uma nova escadaria de acesso à favela. O conjunto das intervenções recebeu o nome de Complexo Rubem Braga.
Nos próximos meses, será instalada no local uma unidade do Rio Poupa Tempo, onde serão oferecidos diversos serviços públicos. No asfalto, o cruzamento das ruas Teixeira de Melo e Barão da Torre recebeu um choque de ordem, com o fechamento de depósitos de carroças e material de ambulantes. Foi instalado ainda um painel em homenagem à bossa nova na entrada do metrô.
Durante a inauguração, o vice-governador Luiz Fernando Pezão anunciou que na segunda-feira será lançada a segunda etapa das obras no complexo Cantagalo/Pavão-Pavãozinho. Ontem, foram entregues 64 unidades habitacionais a moradores das comunidades.
Ruben Berta: Jornal: O GLOBO
Elevadores panorâmicos ligam Ipanema a morros no Rio
Sistema liga a parte alta do Cantagalo e do Pavão-Pavãozinho à estação do metrô da Praça General Osório, no bairro nobre carioca
Agência Brasil | 30/06/2010
Ficou menor a distância que separa Ipanema - bairro da zona sul do Rio de Janeiro que tem um dos metros quadrados mais caros do País - das favelas vizinhas do Cantagalo e do Pavão-Pavãozinho. Os mais de 10 mil moradores das duas comunidades ganharam nesta quarta-feira (30) dois elevadores panorâmicos que ligam a parte alta dos morros à estação do metrô da Praça General Osório, no coração de Ipanema.
Instalados em duas torres, uma com 64 metros de altura e outra com 31, os elevadores têm capacidade para transportar até 100 pessoas ao mesmo tempo. As obras custaram R$ 48 milhões e foram financiadas pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Moradora da comunidade do Pavão-Pavaozinho, Maria da Conceição Lins comemorou o fato de não precisar mais subir centenas de degraus todos os dias quando volta para casa. “A vista está linda demais e a obra também, mas bom mesmo é não ter que enfrentar mais escada”.
O topo da torre mais alta, com uma vista deslumbrante da orla da zona sul do Rio, tem tudo para se transformar na mais nova atração turística de Ipanema. Batizado de “Mirante da Paz”, a pedido dos moradores, o alto da torre dá acesso a quatro praças equipadas com mesas para jogos e parque infantil e à nova escadaria de acesso aos pontos mais altos do morro.
O complexo que abriga os elevadores recebeu o nome do escritor Rubem Braga , que era vizinho das comunidades. No prédio também foi instalada uma cabine blindada, que funcionará como extensão da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP). A unidade atua no local desde o ano passado e foi responsável pela expulsão das quadrilhas de traficantes que dominavam os morros.
Além das torres, foram entregues 64 apartamentos a famílias das duas comunidades. As unidades habitacionais foram construídas no âmbito do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), concluindo a primeira fase do projeto, que custou R$ 45 milhões aos cofres públicos.
A desempregada Maria de Fátima Nascimento, de 44 anos, o marido, os dois filhos, a irmã e a sobrinha devem se mudar ainda nesta semana para um dos novos apartamentos, que têm cerca de 40 metros quadrados, dois quarto, sala, banheiro e cozinha. Hoje, eles moram em uma quitinete sem rede de esgoto na favela do Pavão-Pavãozinho. “Além de pequenina, a casa fica lá no alto; muita escada para subir”, disse Maria de Fátima.
Nessa primeira fase do programa, foram implantadas redes de esgoto, água potável e drenagem pluvial, além da pavimentação de boa parte das ruas e vielas das duas comunidades. A segunda fase, orçada em R$ 50 milhões, prevê a conclusão de mais 76 moradias e a abertura de um anel viário para permitir o acesso de serviços como coleta de lixo e ambulâncias a todos os pontos dos morros.