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quarta-feira, 12 de maio de 2010

Cristo fechado pela chuva, o parque pela greve!

Servidores do Ibama em greve fecham único acesso ao Cristo Redentor e a entrada de parques nacionais no estado do Rio.
Taís Mendes - O Globo

RIO - Servidores do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) interditaram, nesta quarta-feira, o único acesso ao Cristo Redentor para turistas, na Estrada das Paineiras, subida pelo Cosme Velho. Cerca de 17 funcionários fazem uma barreira humana no local. Os grevistas também fecharam a entrada de três parques nacionais no estado: Serra dos Órgãos, Itatiaia e Bocaina. Eles pedem a reestruturação da carreira de especialista em meio ambiente.

No acesso ao Corcovado, alguns turistas que vieram de táxis e carros tiveram que adiar o passeio ao mais famoso cartão postal da cidade. Vans de turismo nem chegaram a subir, porque os operadores foram avisados do protesto com antecedência. Os outros acessos ao monumento estão fechados desde o temporal que atingiu a cidade no mês passado.

De acordo com os manifestantes, eles só não fecharam também o Parque Nacional da Tijuca por falta de pessoal. No local, os grevistas colocaram uma faixa de protesto, mas não impedem a entrada de visitantes. Nesta quarta-feira, o superior tribunal de justiça vai votar a legalidade da greve , que começou no início de abril em todo o país. Desde então, todos os processos de licenciamento ambiental de obras estão parados.

Os grevistas pedem acréscimo de 10% do salário para trabalhadores em locais isolados e de difícil acesso, como a Amazônia, de 20% para quem trabalha em áreas de risco, e adicional para quem tem especialização (10%), mestrado (20%) e doutorado (30%). No Rio, 180 servidores participam da paralisação.

Presidente da ABIH critica fechamento de atrações

O presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Estado do Rio de Janeiro (ABIH-RJ), Alfredo Lopes, manifestou, em nota, "sua indignação" com o fechamento das atrações turísticas. Ele ressalta que a manifestação acontece logo após os prejuízos causados pelas chuvas que interditaram os acessos ao Corcovado no início de abril. Alfredo Lopes declarou que respeita o direito dos trabalhadores lutarem pelos seus direitos, mas acredita que o bom funcionamento da atividade turística no estado não pode ser prejudicado.

"Mal normalizamos os acessos prejudicados por um desastre natural, não podemos permitir que uma insatisfação pontual de um grupo de trabalhadores feche um dos nossos principais ponto turísticos. O turista não pode pagar por isso", disse o presidente da ABIH.

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