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domingo, 10 de outubro de 2010

A CAIXA PRETA E MEU EGOÍSMO

O QUE É A CAIXA PRETA NO MEIO DA PRAÇA XV?
Quando faço o tour histórico no centro do Rio, tento não ser egoísta e pensar que tudo deve estar a disposição do que eu quero mostrar. Aliás, melhor assim, já que muitas vezes as igrejas estão fechadas, as ruas históricas lotadas de mesas, e eventos surpresa cortam o passo ou cobrem fachadas. Mas não gostei da localização da caixa preta frente ao Paço, ainda sabendo que faz parte de uma importante exposição de um artista de qualidade. Lembrei então do escrito por Laurentino Gomes bem no início do livro 1808, comentando sobre o uso da Quinta de Boa Vista como museu, e depois sobre o uso do Paço: “A mesma sensação de descaso se repete no centro do Rio de Janeiro, onde outro prédio deveria guardar lembranças importantes desse período........o antigo Paço Imperial é um casarão de dois andares do século XVII.......hoje um turista desavisado poderia passar por ele sem tomar conhecimento dessa informação. Com exeção de uma carruagem antiga, de madeira e sem identificação, exposta junto à janela direita da entrada principal, nada ali faz referência a seu passado histórico....Em se tratando do Paço Imperial, seria mais razoável que se tentasse reproduzir a cidade colonial da época em que a corte portuguesa chegou ao Brasil”. Penso exactamente o mesmo que ele, já passou 2008 e ainda as autoridades não conseguem valorizar o passado apresentando o mesmo tal qual este foi.
Gerardo Millone – 10 Outubro 2010

OBRA DE ARTE PENETRÁVEL
“A caixa preta no meio da Praça XV chama a atenção de quem passa. “É uma obra de arte...”, começa a explicar a mediadora que permanece no local para acompanhar os visitantes e os transeuntes curiosos “...de Hélio Oiticica, um dos maiores artistas brasileiros”, acrescenta ela. E, por fim: “Essa obra é um penetrável.” A palavra acarreta mais curiosidade ainda. O que seria um “penetrável”? Simples: uma obra na qual o observador pode entrar nela, penetrar.

Desde 11 de setembro, áreas públicas do Rio ganharam ares de museu. A exposição “Hélio Oiticica – Museu é o Mundo” conta com quatro penetráveis que não foram vistos na mesma mostra em São Paulo, em maio. São eles: o “PN 16”, nunca exibido em tamanho natural; “Éden”, conjunto de vários ambientes que integrou a primeira exposição do artista na Whitechapel, em Londres, em 1969; “Mesa de Bilhar – Apropriação d’après O Café Noturno de Van Gogh”, montada pela primeira vez, na Central do Brasil; e o igualmente inédito “Bólide Área Água”, na Praça do Lido. O curador César Oiticica Filho conta que expor os penetráveis em lugares públicos do Rio foi tarefa mais fácil do que em São Paulo, onde não obteve autorização da prefeitura. “Não conseguimos montar na Praça da República, que era o local original do projeto “PN 16”, agora na Praça XV do Rio”.

FONTE: http://www.istoe.com.br/reportagens/

E-mail do MARCELO REZENDE - 10-10-2010
Oi Gerardo!
Esta exposição do Helio Oiticica está em outros locais do centro, mas a base está na Casa França Brasil.

Acho que esta caixa poderia estar debaixo da Perimetral, onde, além de não obstruir a vista do Paço, tem maior movimento de gente uma vez que, ao sair das barcas, há um fluxo grande de pessoas que passam em direção à rua S. José, não passando portanto na Praça XV.

Mas é como vc colocou, o descaso a falta de sensibilidade das autoridades com relação ao turismo em nossa cidade é marca registrada de longa data...

Abraços!

Marcelo Rezende


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